DÉCADA DE 70 - Em alguns campos de trigo de Inglaterra começaram a aparecer misteriosas formas geométricas, que não podiam ser explicadas como resultado de algum fenómeno natural.
Embora abundassem as suspeitas de fraude, os ingredientes eram os ideais para apaixonar os aficcionados pelos discos voadores e toda a legião de místicos da praxe.
A proximidade de muitos desses locais, principalmente no Sul de Inglaterra, com importantes monumentos e alinhamentos megalíticos fizeram logo reaparecer as teses dos “deuses astronautas”. Houve quem também tentasse explicar o sucedido de acordo com os cânones científicos.
NOVEMBRO DE 1990 – A revista
Ciense et Vie apresentou o estudo de uma equipa de oito jovens franceses que analisou no local todas as hipóteses apresentadas e verificou que a mais plausível era a de os círculos serem feitos por habitantes locais, por mera diversão.
23/09/1991 – A revista
Time encerra o assunto, apresentando a confissão dos dois promotores da ideia de desenharem as figuras geométricas. Desde 1978, durante a noite e à escondida de todos, após abandonarem o pub local, David Chorley e Douglas Bower desenhavam os círculos, para se divertirem com a crendice alheia. Resolveram revelar o segredo por verem que o próprio Governo britânico estava a investir dinheiro na investigação do misterioso fenómeno. Confessaram a fraude e, perante um jornalista britânico, demonstraram como a executavam: um método semelhante ao que os jardineiros usam para marcar canteiros circulares.
20/12/2009 – Na Companhia das Lezírias, em Benavente, apareceram enigmáticos círculos no relvado. As marcas surgiram na geada que caíra durante a noite e desapareceram tão misteriosamente como haviam aparecido.
Aos vários meios de comunicação social que quiseram ouvir a sua opinião (!), Luís Aparício, o presidente da Associação de Pesquisa OVNI (sim, existe) lamentou o facto de não ter podido investigar o ocorrido: «É muito importante a análise dos círculos, costumamos levar um balde de água para despejar e observar para que lado corre a água», salientando ainda que “estes círculos apresentam radiações que podem ser nocivas”.
Questionado sobre a origem dos círculos, não descartou a possibilidade de serem feitos por extraterrestres, alegando que nenhum ser humano teria capacidades para desenhar marcas tão perfeitas e que soltam radiações. «Eles são como bolinhas do tamanho de um punho, que andam sempre aos pares e passam por cima do chão. Têm um sistema antigravítico que nenhum humano tem, daí acreditarmos que podem ser eles a fazer os círculos», revelou o presidente da associação, referindo-se aos OVNIS.
Nos vários países onde já foram descobertas alegadas marcas de OVNIS, como a Inglaterra, a Áustria ou a Alemanha, Luís Aparício acentuou o facto de os círculos tenderem a ficar mais bonitos. «Na Inglaterra, inicialmente os círculos eram rudimentares, feitos de uma maneira mais primitiva, mas têm vindo a aprimorar-se, revelando uma aprendizagem», afirmou. Para o presidente, este aperfeiçoamento pode marcar o início de uma nova vaga de círculos em Portugal. «Podemos falar de uma aprendizagem da mente colectiva no que respeita aos círculos», concluiu.
CONCLUSÃO: A beleza dos círculos vai aumentando na inversa proporção da inteligência de alguns seres humanos.