Parafraseando a Dr.ª Rute Remédios, as opiniões são como as vaginas: cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-a. Neste blog, Julie D´aiglemont dá a sua. Opinião, claro. E nem sempre da forma mais respeitosa. Isso ofende a vossa sensibilidade? Então, ide, ide. Ide ler o programa de um qualquer partido de extrema esquerda, que de certeza é mais consentâneo com vossos princípios morais.





quarta-feira, 5 de maio de 2010

Um ano de Sousa!

Há precisamente 1 ano fui à C.R. Civil de Gondomar levantar o meu Cartão de Cidadão. E saí de lá com mais qualquer coisita.
Pois, dizia eu, estava à espera de ser atendida, quando reparo num cãozito deitado debaixo de uma cadeira. Achei a coisa inusitada e comecei a implorar a todos os deuses que o bicho fosse pertença de algum utente. Mas claro que não! Porque o que me está reservado na vida é deparar-me com animais abandonados e não conseguir deixá-los assim.
De repente, o fofíssimo animal levanta-se e começa a pedir mimos às pessoas. E toda a gente “ai que lindo, ai que lindo”, mas eu temia que alguém não gostasse e o agredisse. E conhecendo-me, sei que isso resultaria para mim numa incursão involuntária na prisão de Custóias… porque (como disse) conheço-me e sei que desfaria à pancada o agressor.
E o bicho revela uma particularidade: sempre que ouve um bebé, dirige-se-lhe todo contente a dar ao rabinho. Conclui que foi abandonado por algum imbecil que achou que não tinha espaço para um filho e um cão.
Percebi de imediato o que me iria acontecer, porque me conheço (hum! acho que já disse isto).
Providencialmente, a Conservatória está a modos que ensanduichada entre uma loja de chineses e um supermercado Minipreço, pelo que comprei coleira e trela na primeira e comida na segunda.
Uma vez que dois dos cães que tenho em casa são dois portentosos titãs com complexo de machos alfa (mas que realmente são dominados por um mais pequenito – um dia conto esta história), o pequeno abandonado seria trucidado por eles. Estava, obviamente, fora de questão atirar o cãozito às feras.
De forma que tive de apelar ao sentimento paterno, começando todas as frases com “papazinho querido e lindo” e argumentando que o bichinho era muito velhinho e não sobreviveria na rua. Era uma mentira do tamanho do mundo: o cão era claramente novo.
Como isto da entrega do Cartão funciona de forma muito célere (not!), saí de lá à hora do almoço, não podendo deixar o animal no veterinário, pois estava fechado. Telefonei para as minhas sócias a averiguar da possibilidade de o levar para o escritório. Como também são um bocadito freaks dos animais, até ficaram entusiasmadas. Tão entusiasmadas que quando cheguei já lhe tinham arranjado um nome: Sousa. Porquê? Nem aquelas adoráveis desmioladas sabem. Porque lhes apeteceu.
Pois Sousa foi tratado naquele escritório como um rei. Mas comportou-se à altura: nem um latido! Coisa mai´ linda!
Na viagem para casa: nem um latido.
No dia seguinte no jardim de meus pais: nem um latido.
No segundo dia e seguintes: todos os latidos que possam imaginar - aos cães que passam, ao carteiro e ao Sr. Álvaro... Mas esta é uma história que fica para outro dia.

1 comentário:

Unknown disse...

Viva o Sousa!
Para que conste, a dúvida era entre chamar-se Paulo Bento (que era extremamente adequado), e Sousa.
Como Sousa era um vizinho deveras dissimulado, parece que acertamos...
A tua sócia (tinha que ser logo a 13ª seguidora! =&$$$$==###)