Parafraseando a Dr.ª Rute Remédios, as opiniões são como as vaginas: cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-a. Neste blog, Julie D´aiglemont dá a sua. Opinião, claro. E nem sempre da forma mais respeitosa. Isso ofende a vossa sensibilidade? Então, ide, ide. Ide ler o programa de um qualquer partido de extrema esquerda, que de certeza é mais consentâneo com vossos princípios morais.





quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Os piores de 2011

Em Dezembro, o adorável psicopata Bloga-mos lançou-me o desafio de eleger os piores do ano. Antes de cederem ao insulto fácil e começarem a enviar comentários de que sou atrasada em tudo, lembro que há prémios relativos a 2011 que ainda não foram entregues. Em que é que o meu blog é inferior em prestígio aos Óscares, não me querem responder? Calem-se!

Aqui vai, então:

Pior livro – “O Aleph”, de Paulo Coelho

Perguntar-me-ão se li o livro e terei de responder que não. Mas posso asseverar que falo com conhecimento de causa, pois tentei ler um livro deste autor e fui impiedosamente derrotada. Como contei num post antigo, há alguns anos ofereceram-me “Veronika Decide Morrer”. E, meus amigos, a páginas tantas percebi que, ou a moça cumpria os seus intentos, ou quem se matava era eu. Por me repugnar desejar a morte de alguém (se exceptuarmos alguns clientes ocasionais), resolvi parar o livro antes do fim.

Ora, como não me consta que Paulo Coelho tenha decidido arredar-se da temática New Age que tantos leitores lhe tem granjeado, ou que tenha decidido ter aulas de escrita, temo que “O Aleph” tenha sido o pior livro editado em Portugal em 2011.

Pior música – James Blunt (sei lá o nome daquela porcaria delicodoce)

Acalentei esperanças de que, após o êxito da música “És muito linda”, James Blunt se dedicasse indefinidamente ao gozo dos royalties proporcionados por quem tem um pobre gosto para música. Mas debalde, porque 2011 marcou o seu regresso.

Li algures que Blunt tem um passado como militar, tendo até pontuado na linha da frente da guerra no Kosovo. O que me leva a perguntar: onde é que estavam os sérvios com pontaria quando a humanidade mais precisava deles?

Pior filme – Saga “Crepúsculo”

A saga “Lusco-fusco” irrita-me particularmente pela abordagem alternativa que faz do vampiro, papel que ao longo da história do cinema foi engrandecido pelos desempenhos de Max Schrek, Bela Lugosi e Chistopher Lee. Estes sim, encarnavam seres rapaces e, ainda assim, com uma certa sensualidade. Agora, um vampiro que brilha?! Brilhar, brilham os candeeiros! Ou as fadas. Os vampiros mordem pescoços! E por falar nisso, que género de vampiro é aquele que não fode nem sai de cima? O gajo não morde o pescoço da heroína (nem real, nem metaforicamente), nem deixa o lobo morder. E nem me façam falar daquela alcateia: todos juntos têm menos pêlos do que eu antes da depilação. Desde a diatribe de Polanski “Por Favor Não Me Morda o Pescoço” que os vampiros não eram tão enxovalhados.

Estas foram as minhas escolhas. Um desafio feito, quinhentos e cinquenta para fazer.

Imagens retiradas daqui, daqui e daqui.

13 comentários:

Imperatriz Sissi disse...

Saga lusco fusco! Muito bom...eheh. Esses vampiros amaricados são de facto um insulto aos vampiros, ao género, ao senso comum...
Já o James Blunt coitado, acho que foi vítima das playlists que estafaram a pobre canção até os ouvintes ligarem para as rádios, a reclamar que já não aguentavam mais.

LustyCapuccino disse...

Bem...isto lembra-me que deixei um desafio blogueiro literário por concretizar.
Concordo especialmente com a saga lusco fusco. Eu já achava a abordagem um atentado á classe vampírica...enfim, nada que chegue ao Gary Oldman no Drácula de Coppola...ah, e lobo que é lobo tem pelo!

AvoGi disse...

esses crepúsculos nao aprecio nada
kis :=)

André disse...

Paulo coelho- 100% de acordo, mesmo tento conseguido terminar o alquimista enquanto jovem... é totalmente a evitar.

James Blunt- fique com o és linda na cabeça, olha obrigadinho...


Nosferatu (Max Schrek) a abrir uma porta traumatizou-me (e acagaçou-me) durante anos.

Confesso que o trauma do primeiro filme da trilogia que vi...

é pior.

Prezado disse...

Assino por baixo em todas. No fundo o que apontaste aqui acho que é uma arte desconhecida, género experimentalismo: É que nem o Paulo Coelho e o Lusco-Fusco pertencem à categoria Literatura, nem o James Blunt pertence à de musica. Para venderem tanto, é porque são uma cena qualquer alternativa, ainda por descobrir.

Petazeta disse...

Concordo com todas as escolhas deste post. Muito bem entregues estes prémios.
Enorme Julie!

trollofthenorth disse...

Sempre existiram panisguices nos Vampiros. O lusco-fusco eleva o termo Panilas, a um nível totalmente novo.
Bram Stoker volta, estás perdoado.

S* disse...

O James Blunt é irritante, é.

Tio do Algarve disse...

Subscrevo as tuas nomeações...E depois deste teu post, acho que devia ser obrigatória a tradução dos nomes das músicas e dos filmes. Pelo menos de alguns. Ficam muito mais cosy...

O Aleph tem uma coisa de bom. É o nome, por causa do Jorge Luís Borges. No entanto também por essa razão devia ter-se chamado outra coisa, tipo Betix...Mas de certeza que arranjas um nome melhor (também não li, por isso estou a inventar).

Petra disse...

Não podia concordar mais.... O james Blunt a cantar parecia um burro a zurrar ou um porco na matança.
Paulo coelho li um livro dele e jurei para nunca mais.....
Quanto a série crepúsculo, detestei e achei uma coisa tremendamente estúpida e criançolas.
Por isso filha não podias acertar mais.

Bloga-mos disse...

Psicopata aceito, agora adorável? Juízo...

ricman disse...

A tua verve exacerba o epicentro do meu ethos :-)

Foi do melhor e mais divertido que tenho lido sobre tão mal-fadados temas :-D

Sofia disse...

Feliz dia internacional da mulher :)
Beijinhos,
Sofia