O jornalista Filipe Caetano, do
TVI 24, fez uma descrição da tomada de posse do novo Governo... hmm... original. Digamos que esteve atento aos pormenores que realmente interessam:
Ritual de passagem no Palácio da Ajuda, com a tomada de posse do XIX Governo Constitucional. As novas caras cruzam-se com as antigas. E há aquelas que parecem estar em todas. (exibicionistas!) Alberto João Jardim é uma delas e não quis faltar, (não quis ou não pôde…) não escondendo a satisfação por ver o PSD novamente no poder do Governo da República.
Grande parte das atenções estavam viradas para Passos Coelho e para os seus ministros. (Será que era por, lá está, ser a tomada de posse deles?) Vítor Gaspar aparece pela primeira vez em público depois de ter sido indicado como novo titular das Finanças e Álvaro Santos Pereira surge sorridente, acabadinho de chegar do Canadá. (Fresco que nem uma folha de plátano) Os restantes independentes (Paulo Macedo e Nuno Crato) revelam serenidade, uma vez que já estão acostumados a actos públicos similares. (faltou dizer que os outros deveriam ter tomado Xanax)
Passos Coelho chegou à hora marcada, poucos momentos antes das 12:00, acompanhado da sua esposa Laura, em vestido rosa fucsia, por sinal muito elegante. (Isso é que é importante, se o vestido fosse vermelho, o caldo entornava) Só terá sido suplantada pela classe simples de Gabriela Canavilhas. (De que cor era o vestido de Gabi? Assim ficamos na dúvida) Enquanto assistia à tomada de posse do novo Governo, Laura teve de sentar-se na primeira fila ao lado de José Sócrates. (Mas portou-se bem e não lhe passou nenhuma rasteira)
O ex-primeiro-ministro manteve-se calmo, cumprimentando brevemente quem o abordava e esboçando um sorriso parcimonioso. Não se conhecem as suas palavras, a não ser os desejos de felicidades dados ao seu sucessor, já na fase de cumprimentos. Um prolongado aperto de mão e a sensação de fim de ciclo. (graçadeus, né) Paulo Portas assiste à cena de perto, procurando ler na expressão de Sócrates algum sentimento genuíno. (debalde, nunca alguém conseguiu tal proeza e sobreviveu) A frieza do ex-primeiro-ministro só é quebrada com Assunção Cristas, que teve direito a algo mais do que um simples cumprimento. (o quê? O quê? Mas ela é casada! Sócrates, sai de cima da Assunção)
Pouco antes tinha sido a vez de Cavaco Silva dar as boas-vindas ao novo elenco governativo. Demorou-se com Passos Coelho, Vítor Gaspar e Santos Pereira, mas foi brevíssimo com os ex-ministros. (a sério? Estaria cansado de os aturar? Não se percebe!) A excepção foi para Mariano Gago, talvez por ser precisamente o ministro há mais tempo numa só pasta e talvez o menos contestado de todos. (uns são filhos, outros são enteados)
A cerimónia decorreu, de resto, com normalidade na bela sala dos embaixadores, com uma plateia de luxo e os discursos da praxe. Os novos ministros cumpriram o juramento e assinaram o livro de tomada de posse. Quase todos trouxeram as suas canetas, muitos deles sem pinga de luxo, (tão pobrezinhos, tadinhos) e só Pedro Mota Soares ostentou uma Mont Blanc, que curiosamente foi a única a falhar. (Karma is a bitch) O novo titular da pasta da Segurança Social viu-se forçado a usar a caneta que estava na mesa, disponibilizada pela Presidência da República. (Fornecida pelo Cavaco? Então, era uma Bic cristal escrita normal)
No exterior do Palácio, os protestos da praxe, desta vez protagonizados não só pelos Homens da Luta, mas também pelo Movimento Democracia Já. (Pelos vistos, a ciganada deixou o acampamento) As reivindicações dos dois grupos chegaram a ser ouvidas junto à sala dos embaixadores, gritando vivas «aos cortes salariais, aos impostos e ao desemprego», Jel e Falâncio deslocaram-se para a frente do Palácio, depois de terem abandonado as traseiras do edifício. Através de um megafone, Jel apelou ao «cumprimento das ordens do FMI» e gritou: «Nós apoiamos quem quer austeridade». (E nem isso fez os acampados perceberem no que se tinham metido?)
Vários políticos tiveram direito a reinterpretações de canções conhecidas. O «ministro dos submarinos», numa referência a Paulo Portas, foi brindado com um versão de «Yellow Submarine», dos Beatles, e o «Camarada Zé Sócras» recebeu uma «sentida homenagem» porque tem «mais encanto na hora da despedida». (Aliás, é o único encanto que se lhe conhece)
O aparato dos Homens da Luta chamou alguns populares, que se queixaram que «o Palácio [da Ajuda] só serve para festas e jantares». (E podia ser tão bem aproveitado para habituação social! Há por aí umas pessoas acampadas que precisam de tecto e tudo…)
No fim, fiquei na dúvida se por engano teria estado a ler a Caras on line ou assim...