Parafraseando a Dr.ª Rute Remédios, as opiniões são como as vaginas: cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-a. Neste blog, Julie D´aiglemont dá a sua. Opinião, claro. E nem sempre da forma mais respeitosa. Isso ofende a vossa sensibilidade? Então, ide, ide. Ide ler o programa de um qualquer partido de extrema esquerda, que de certeza é mais consentâneo com vossos princípios morais.





sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nobel

Liguei o rádio e ouvi uma notícia a meio, que falava de Vargas Llosa. Imediatamente pensei que tinha morrido. Eu sabia que ontem seria divulgado o laureado, mas ainda assim não consegui ligar uma coisa e outra. Não por achar que ele não merecesse. É que, percebam, quando Dario Fo foi premiado, perdi toda e qualquer réstia de esperança que um dia atribuíssem o prémio a um escritor de que eu gostasse.
Nos anos subsequentes os meus receios pareciam ter-se concretizado: o prémio foi sendo concedido a escritores de que nunca tinha ouvido falar (Imre Kertész, Orhan Pamuk, Le Clézio, por exemplo), a escritores que não apreciava (Naipaul, Coetzee) e a outros que detestava profundamente (Elfriede Jelinek e Harold Pinter).
Obviamente que fiquei feliz com o reconhecimento de Saramago. Mas não pelos motivos certos. Não gostava do que ele escrevia, não gostava do que ele dizia, não gostava das suas atitudes públicas. A minha alegria radicou apenas no facto de ele ser português. Razões de puro "patrioteirismo", portanto - muito diferente de patriotismo, não é patriota quem quer e tenho muitas dúvidas de que eu seja. Mas isso é outra história.

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P.S.: Com estas divagações esqueci-me de dizer que fiquei feliz com este Nobel e que voltei a ter esperança de um dia perceber os desígnios do comité.

3 comentários:

Miss Murder disse...

Amiga, aponta o que eu te digo eu ainda irei ganhar o prémio Nobel. Sou uma escritora de que tu gostas, ham?

Julie D´aiglemont disse...

És, sim.

Luis Baptista disse...

concordo em quase tudo.