É bem verdade que a adolescência é uma altura muito cruel da vida do ser humano, porque lhe está inerente uma indómita parvoíce. A minha, passada em fins dos anos 80, não fugiu a essa regra: imagine-se que até me passava pela cabeça que o mundo poderia ser mudado!
Vaclav Havel foi um dos culpados por eu ter acalentado ideais tão pouco plausíveis.
Era apologista de que "verdade e amor devem prevalecer sobre a mentira e o ódio", tendo norteado a sua "Revolução de Veludo" por esse princípio.
Mas além disso, deixou obra literária reconhecida: em 2005, foi eleito pela revista Prospect* como o 4º intelectual mais influente do mundo.
Lech Walesa (outro dos políticos que nortearam a minha adolescência por caminhos de utopia) reagiu à notícia do seu congénere checo dizendo que ficou a dever-se-lhe um prémio Nobel da paz.
É sempre muito triste quando desaparece alguém dotado de qualidades intelectuais e probidade moral.
*Já uma vez falei aqui dessa lista, com o propósito de eleger um português - não percebo a indiferença com que a minha ideia foi acolhida.
5 comentários:
A meio caminho do sitio para onde vão os mortos (desconfio que seja para os lados de Rabo de Peixe) espero que não lhe faltem as forças para dar um enxerto de porrada ao minorca do Quim Coreano.
Não tinha pensado nisso. Que excelente ideia!
Já todos fomos "felizes"....
E a Cesária Évora também partiu!
2-1, no jogo bons-maus desta semana!
Recordo esses tempos do início do levantamento na Polónia e nos outros países do ex-leste.
Vivi 6 anos na Republica Checa. Estudei e fiz um curso superior. Gostei de lá viver.
Este senhor, hmm, quero dizer Senhor (sim, com maiuscula) não marcou muito a cultura politica. O que é pena. Ele tinha uma estatura moral fora do vulgar, e hoje os checos reconhecem isso. E ressentem-se de não ter dado ouvidos e este Senhor.
Enviar um comentário