É assim que me vêm, bastardos?

Combinei com F e LF encontrar-me com eles na Feira do Livro antes do jantar.

Quando lá cheguei F assegurou-me que LF já tinha resvalado irremediavelmente para o abismo da loucura. Entre as asneiras que tinha feito, havia reservado vários livros em diversos stands, mas não se lembrava em quais. Em jeito de atenuante, LF virou-se para mim e disse: "Não sei porque é que ele estava preocupado, eu disse-lhe que tu entretanto chegarias e era só eu dizer-te o nome dos livros, que tu identificarias logo a Editora". E soltou uma sonora gargalhada. Pormenor não despiciendo: LF é um dos maiores cínicos que conheço.

Conclusão n.º1: os meus amigos encaram-me como um rato de biblioteca.

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Enquanto nos encaminhávamos para o restaurante, eu comecei a contar a história de um lamentável homúnculo que conheço que acabou o 9º ano das Novas Oportunidades e julga que vai ser arquitecto. Sou interrompida por LF: "Não contes já, carago, deixa-nos chegar ao restaurante, que já estou a ver que, como sempre, tens muitas histórias para contar e quero ouvi-las em pormenor".

Conclusão n.º2: os meus amigos tomam-me por uma desbocada.

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Depois do jantar (que eu aspirei velozmente enquanto "as duas damas" comiam parcimoniosa e lentamente), debatíamo-nos com a questão de onde ir. Quando LF sugeriu o Piolho, F rebateu com a questão de não ter estômago para tomar nada. Eu fui no mesmo sentido - o que pelos vistos os espantou, porque entre gargalhadas lá disseram que estavam a contar comigo para comer mais qualquer coisita.

Conclusão n.º3: os meus amigos encaram-me como um poço sem fundo de comida.

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Serei eu um rato de biblioteca desbocado e gordo?